• WIGO | Newsletter
  • Posts
  • Descubra os Segredos Centenários das Zonas Azuis do Netflix e Entenda a Crise de Opioides: EUA x Brasil!

Descubra os Segredos Centenários das Zonas Azuis do Netflix e Entenda a Crise de Opioides: EUA x Brasil!

🌟 Duplo Lançamento WIGO! WIGOpinion & WIGOriginal

Já pensou que alguns comportamentos podem extender sua vida (e muito)? Pois é, o mais novo documentário do Netflix, Como Viver até os 100: Os Segredos das Zonas Azuis, conta alguns dos segredos das regiões com maior concentração de centenários do mundo! Quer saber o melhor deles em nossa opinião? Te contamos no lançamento do WIGOpinion!

Por outro lado, em outro lançamento da WIGO, o WIGOriginal, abordamos as diferenças críticas entre a severa crise de opioides nos EUA, com 300 mortes diárias por overdose, e a situação no Brasil, analisando prescrição, regulamentações, percepções culturais e economia relacionadas a esses poderosos analgésicos.

Nesta edição:

  1. 🌎WIGOpinion: Desvendando os Segredos das Zonas Azuis e a Missão do Blue Zones

  2. 💊WIGOriginal - A Crise dos Opioides: Uma Comparação entre EUA e Brasil

WIGOpinion: Desvendando os Segredos das Zonas Azuis e a Missão do Blue Zones

Ilha de Ikaria na Grécia

O conceito de Blue Zones, ou Zonas Azuis cresceu a partir do trabalho demográfico realizado por Gianni Pes e Michel Poulain, que identificaram a região da Sardenha, na Itália, como a área com a maior concentração de centenários do sexo masculino. Pes e Poulain desenharam círculos azuis concêntricos no mapa para destacar essas aldeias de longevidade extrema e começaram a se referir a essa área dentro do círculo como a "zona azul".

Com base nesse trabalho demográfico, Dan Buettner e uma equipe de cientistas, muitas vezes incluindo Pes e Poulain, identificaram outros pontos de longevidade em todo o mundo e os chamaram de Zonas Azuis. O conceito foi popularizado pelo autor que identificou cinco dessas áreas ao redor do mundo: Okinawa, Japão; Sardenha, Itália; Nicoya, Costa Rica; Ikaria, Grécia; e Loma Linda, Califórnia.

Na busca pela longevidade e uma vida mais saudável e gratificante, a série documental da Netflix produzida por Buettner, "Como Viver até os 100 Anos", mergulha no fascinante mundo das Blue Zones. Esses bolsões únicos do globo têm recebido considerável atenção devido às notáveis longevidades de seus habitantes.

Embora o programa forneça insights valiosos, é crucial abordar essas revelações com um olhar crítico.

Insights do documentário:

1. Escolhas Alimentares: Um dos aspectos mais marcantes das Zonas Azuis são suas escolhas alimentares. Essas comunidades geralmente consomem dietas baseadas em vegetais, ricas em frutas, verduras e legumes. A ênfase em alimentos integrais e moderação na ingestão calórica sem dúvida contribui para sua longevidade.

2. Estilos de Vida Ativos: A atividade física é um pilar da vida nas Zonas Azuis. Os moradores se envolvem em atividades diárias de baixa intensidade, como jardinagem e caminhadas, o que ajuda a manter a saúde e a mobilidade em geral.

3. Conexões Sociais: Os moradores das Zonas Azuis valorizam muito os laços sociais e o envolvimento na comunidade. Redes de apoio sólidas e interações sociais regulares contribuem significativamente para seu bem-estar geral.

4. Vida com Propósito: Ter um senso de propósito e significado na vida é outro ingrediente fundamental na receita para uma vida longa e saudável. O documentário destaca a importância desse aspecto psicológico na forma de vida das Zonas Azuis.

WIGO Takeaway:

1. Fatores Socioculturais: Embora as Zonas Azuis ofereçam lições valiosas, é essencial reconhecer a influência dos fatores socioculturais em seu modo de vida. Nem todas as regiões podem replicar facilmente esses hábitos, devido às diferenças culturais, acesso a recursos e estruturas sociais.

2. Generalização Científica: O programa pode simplificar demais a complexidade da longevidade. É importante lembrar que fatores como genética, cuidados de saúde e status socioeconômico também desempenham papéis significativos na expectativa de vida. Além disso, podemos observar diversos exemplos de “fatos” no documentário que são apresentados como certezas, porém nem todos são baseados em estudos científicos.

3. Variabilidade Individual: Nem todos em uma Zona Azul vivem até os cem anos, e nem todos aderem estritamente às escolhas de estilo de vida recomendadas. Existe um nível de variabilidade individual que deve ser considerado.

Mas o principal de todos os takeaways é: em sua imensa maioria, os fatores que levam uma região a ser denominada uma Blue Zone são os fatores comportamentais, ou hábitos que os indivíduos têm nestes lugares. Dito isso, respeitadas as limitações socioeconômicas, podemos criar nossas micro Blue Zone em casa, na família, ou até mesmo em nossas comunidade, afinal de contas, quem não quer viver alguns aninhos a mais?!

 

WIGOriginal - A Crise dos Opioides: Uma Comparação entre EUA e Brasil

WIGOriginal é um material exclusivo produzido pela nossa equipe

A crise dos opioides tem sido um dos maiores desafios de saúde pública nos Estados Unidos nas últimas décadas, com divulgação de dados recentes mostrando 300 mortes/dia por overdose. Esta crise, que tem suas raízes na prescrição excessiva de medicamentos à base de ópio para o tratamento da dor, contrasta fortemente com a situação no Brasil. Vamos explorar as diferenças e semelhanças entre os dois países.

Nos anos 1990 e 2000, os Estados Unidos viram um aumento acentuado na prescrição de opioides para dor crônica. Campanhas de marketing agressivas por parte das empresas farmacêuticas e a falta de regulamentação adequada levaram a uma grande população dependente destes medicamentos. Em contraste, o Brasil não experimentou um aumento semelhante na prescrição de opioides. As regras mais rígidas para prescrição e dispensação de opioides no Brasil podem ter desempenhado um papel nisso.

Além da alta prescrição, os EUA também enfrentaram um aumento no uso não-médico e no desvio dos opioides prescritos. Este fenômeno alimentou ainda mais o problema, levando a um ciclo vicioso de dependência e abuso. No Brasil, o uso não-médico de opioides existe, mas não é tão prevalente, possivelmente devido à menor disponibilidade desses medicamentos e à percepção cultural diferente em relação à dor e ao uso de analgésicos.

Outro fator contribuinte para a crise nos EUA é a produção e o tráfico de Fentanil ilícito. O fentanil, um opioide sintético, é fabricado principalmente na China e contrabandeado para os EUA, muitas vezes misturado com outras drogas, como a heroína, para aumentar sua potência. O Brasil, por outro lado, não faz parte dessas rotas de tráfico em grande escala e, portanto, não enfrenta o mesmo nível de problema com o Fentanil.

A Dipirona é outro ponto de contraste interessante. Enquanto a dipirona é um dos melhores analgésicos da industria e não aditivo amplamente utilizado no Brasil, ela não é aprovada para uso nos EUA. Estudos sugerem uma correlação entre países que não têm dipirona aprovada e um maior consumo de opioides. Isso pode ser um fator contribuinte indireto para a crise dos opioides, já que pacientes em busca de alívio da dor podem recorrer a medicamentos mais potentes e potencialmente viciantes.

"Cem vezes mais potente que a morfina e 50 vezes mais potente que a heroína, o Fentanil é o opioide sintético mais viciante já criado." - Prof. Dr. Daniel Sitar - Especialista em abuso de substâncias

Finalmente, o aspecto econômico não pode ser ignorado. A tabela abaixo mostra o custo de várias drogas, destacando como o crack, que é mais prevalente no brasil, é mais barato em comparação com outras drogas frequentemente associadas à mistura de fentanil:

Tabela de Substancia e Custo por grama
  • Heroína - $152

  • Cocaína - $112

  • Crack - $60

Apesar da situação dos opioides no Brasil não ser tão alarmante quanto em países como os Estados Unidos, é essencial não subestimar os riscos futuros. Desde 2013, dados indicam um crescimento acentuado no uso dessas substâncias no país. O gráfico abaixo, elaborado pela Fiocruz, ilustra essa tendência preocupante, sinalizando a necessidade de medidas preventivas e de conscientização para evitar uma possível crise no futuro.

Em resumo, uma combinação de fatores envolvendo oferta, demanda, regulação, economia e cultura tem moldado a crise dos opioides nos EUA e no Brasil de maneiras distintas. Enquanto os EUA lutam para controlar uma epidemia devastadora, o Brasil enfrenta seus próprios desafios, mas até agora tem evitado a magnitude da crise vista ao norte.

Se você tiver alguma sugestão ou informação que acha que pode ser publicada nos envia um e-mail para [email protected]

Reply

or to participate.