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Ozempic em Pílulas, Coca Zero e o Debate dos Embriões Sintéticos
WIGO - Você se atualizando no mercado de saúde
Já imaginou embriões sintéticos? Sim, é uma revolução que está desafiando os limites da natureza e da ética. Mas por que isso é tão importante? Porque estamos à beira de uma nova era, onde criar vida pode não exigir mais um óvulo ou um espermatozoide. Isso pode mudar tudo, desde a medicina regenerativa até a fertilidade. Porém, como diria o Tio Ben - "Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades"- e em breve, a nossa sociedade, governo e cientistas deverão debater esses avanços.
Vamos explorar juntos esse tema nesta edição :)

Nesta edição:
💊Ozempic em pílulas: uma segunda onda vem aí?
🧐Coca-zero causa cancer?
🧫Embriões sintéticos: a revolução científica que desafia a natureza (e possivelmente a ética)
Ozempic em pílulas: uma segunda onda vem aí?

De maneira repentina, um medicamento tomou conta de prescrições médicas e, em vários casos, de rodas de conversa. Ele se tornou um dos medicamentos "da moda". Estamos falando do Ozempic. Cientificamente chamado de semaglutida, ele pertence a uma classe conhecida como agonistas do receptor do peptídeo semelhante ao glucagon 1 (GLP-1). O Ozempic é usado principalmente no tratamento do diabetes tipo 2, mas também possui indicações para o manejo do peso em pessoas com sobrepeso ou obesidade. E se ele já estava popular mesmo sendo injetável, podemos imaginar o impacto caso virasse um comprimido.
Com a demanda por medicamentos para perda de peso, como Ozempic e Wegovy, aumentando, as farmacêuticas desenvolveram novas versões em comprimidos, que podem ser mais convenientes.
A Novo Nordisk, fabricante de Ozempic e Wegovy, anunciou recentemente resultados positivos de testes clínicos de um comprimido. O teste mostrou que os participantes que o tomaram diariamente perderam em média 15,1% do peso ao longo de 17 meses, contra 2,4% no grupo placebo. Espera-se a aprovação nos EUA e na Europa ainda este ano. Esses medicamentos funcionam imitando o GLP-1, que regula insulina e leva à perda de peso, reduzindo apetite.
Embora a Novo Nordisk já produza a versão Rybelsus, essa não demonstrou os mesmos benefícios que Ozempic e Wegovy. O novo comprimido testado possui dosagem mais alta e apresentou efeitos colaterais gastrointestinais semelhantes às versões injetáveis. A Pfizer também está trabalhando no comprimido danuglipron, que mostrou resultados positivos em testes para perda de peso em diabéticos tipo 2. Tanto os comprimidos da Novo Nordisk quanto da Pfizer podem vir com instruções específicas de uso.
Mas existem desafios na formulação em comprimidos, como a biodisponibilidade da semaglutida, que é mais eficiente quando injetada. Os pacientes também precisariam tomar um comprimido diariamente, pois interromper pode levar ao aumento de apetite e peso.
Por fim, o custo das versões em comprimidos deve ser semelhante ao das injetáveis, que podem ser caras, especialmente sem cobertura. Ainda não se sabe como será a cobertura e o preço desses novos comprimidos para perda de peso.
WIGO Takeaway: O desenvolvimento de versões em comprimido de medicamentos injetáveis é sempre um benefício aos pacientes que utilizam e oferece oportunidades para facilitar ainda mais o acesso e proporcionar benefícios a quem o utiliza. Medicamentos injetáveis em geral envolve maiores custos e não são tão confortáveis de se utilizar como medicamentos por via oral (pilulas para ingestão). Por iisso, é importante buscar soluções para torná-los mais acessíveis e garantir que as pessoas tenham chance de utilizá-los. No entanto, é fundamental que sejam prescritos e monitorados por profissionais de saúde, considerando as necessidades de cada paciente, para uso responsável e otimização dos benefícios. Ao combinar o uso adequado desses medicamentos com mudanças no estilo de vida, podemos alcançar resultados positivos e duradouros no combate ao excesso de peso.
Coca zero: um possível risco de câncer?

Recentemente, a Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC) reclassificou o tão conhecido Aspartame, um adoçante encontrado na Coca Zero e em produtos dietéticos e sem açúcar, como um possível carcinógeno (categoria 2A). Como apreciadores de Coca Zero, essa notícia nos fez parar e estudar sobre essa atualização e o impacto na saúde de milhões de outros consumidores ao redor do mundo. Afinal, devo parar de tomar Coca Zero já? Quais outras substâncias estão incluídas nesta lista e quais são os reais riscos?
Pois bem, depois deste comunicado, o Aspartame, encontrado na Coca Zero por exemplo, é considerado na mesma categoria que outros elementos presentes em nosso cotidiano que você provavelmente não sabia que eram possivelmente cancerígenos, como o ácido cafeico (presente no café), Aloe Vera, níquel, extrato de ginkgo biloba e produtos à base de óleo de coco. Isso significa que, de acordo com a IARC, o aspartame é "possivelmente cancerígeno", mas ainda não há evidências concretas suficientes para confirmar essa associação.
A decisão da IARC de reclassificar o aspartame como um possível risco de câncer foi um tanto surpreendente, considerando o histórico de segurança do aspartame. Desde a sua aprovação nos anos 80, muitos estudos foram realizados para investigar a segurança do aspartame, e a grande maioria não encontrou uma ligação concreta entre o consumo de aspartame e o desenvolvimento de câncer.
Um estudo francês sugeriu um risco maior de alguns tipos de câncer para quem consome muito aspartame, mas esses riscos não foram confirmados em outros estudos. Se levarmos esse estudo ao pé da letra, consumo do Aspartame, por exemplo por uma lata de Coca Zero por dia durante uma década, aumentaria o risco geral de câncer em 0,2%.
É importante notar que a IARC não avalia o tamanho do risco - apenas se há alguns risco de talvez possa causar câncer. Por exemplo, a carne vermelha é considerada um carcinógeno de classe 2A, mais provável de causar câncer do que o Aspartame, mas só se você comer em grandes quantidades.
Alguns especialistas estão preocupados que, se as pessoas pararem de usar aspartame, elas podem voltar a consumir açúcar, que tem uma ligação comprovada com o ganho de peso e um maior risco de tumores. No mundo açucarado dos doces, chocolates, sorvetes e afins, o equilíbrio e o bom senso são fundamentais. Afinal, o consumo excessivo de açúcar tem sido associado a uma série de problemas de saúde, incluindo obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardíacas.
WIGO Takeaway: A reclassificação do aspartame pela IARC como um possível carcinógeno é uma notícia que certamente levanta algumas sobrancelhas. No entanto, é importante lembrar que a agência não avalia o tamanho do risco, apenas se algo pode causar câncer. O aspartame tem um histórico de segurança sólido e muitos estudos não encontraram uma ligação concreta entre o aspartame e o câncer. Além disso, é importante considerar as alternativas. Se as pessoas pararem de usar aspartame, elas podem voltar a consumir açúcar, que tem uma ligação comprovada com o ganho de peso e um maior risco de tumores. Portanto, por enquanto, vou continuar com a minha Coca Zero, pois parece que a alternativa seria pior. A chave para uma vida saudável continua sendo o equilíbrio e o bom senso.
Embriões sintéticos: a revolução científica que desafia a natureza (e possivelmente a ética)

Recentemente, um grupo de cientistas liderado por Magdalena Żernicka-Goetz, da Universidade de Cambridge e do Instituto de Tecnologia da Califórnia, criou embriões humanos sintéticos em laboratório. Esses embriões têm o potencial de nos ajudar a desvendar segredos genéticos e entender melhor abortos espontâneos. No entanto, isso levanta questões éticas e legais que precisam ser discutidas. Não existem ainda regulamentações claras para embriões sintéticos.
Esses embriões estão longe de se tornar realidade clínica. Seria ilegal implantá-los no útero. Além disso, não se sabe se eles têm potencial para se desenvolver além dos estágios iniciais. Há ainda muito a ser estudado.
Żernicka-Goetz e outros cientistas estão interessados no "período de caixa preta", que é o período embrionário limitado pela legislação atual a 14 dias. Eles querem entender melhor esse estágio e possíveis complicações genéticas e biológicas.
Embriões sintéticos de camundongos e macacos já se mostraram muito parecidos com os naturais, mas não se transformaram em animais quando implantados. Testes com embriões de macaco mostraram sinais de gravidez inicial, mas não foram adiante. Ainda não se sabe se esse é um obstáculo técnico ou biológico.
Diante desse avanço científico acelerado, é preciso estabelecer diretrizes e regulamentações sólidas sobre embriões sintéticos. Os cientistas buscam desenvolver diretrizes voluntárias éticas e responsáveis. É hora de equilibrar o potencial dessas descobertas com a necessidade de considerar implicações éticas e legais.
Ainda é longo o caminho para desvendar os segredos do desenvolvimento humano e está apenas começando. Vamos continuar acompanhando os desdobramentos dessa área da ciência.
WIGO Takeaway: A criação de embriões humanos sintéticos em laboratório traz esperança para desvendar segredos genéticos e salvar vidas. Esses "embriões-modelo" podem elucidar o desenvolvimento inicial do ser humano e distúrbios como abortos espontâneos. Porém, esse campo emergente levanta sérias questões bioéticas e legais, imagine o que pode ser feito dess tecnologia se não for regulamentada. Preocupações com o uso desses embriões destacam a necessidade de estabelecer diretrizes rigorosas para uma pesquisa ética. À medida que a ciência avança, é crucial equilibrar os benefícios potenciais com a cautela diante dos riscos.
Essa área se desenvolve tão rapidamente que a legislação mal acompanha. Cientistas no Reino Unido e outros lugares buscam criar diretrizes voluntárias para orientar o trabalho com embriões sintéticos.
Ainda há muito a descobrir sobre o potencial desses embriões. É uma mistura de esperança e preocupação. A ciência está aí para enfrentar desafios e explorar os limites do conhecimento. Vamos ver aonde isso nos levará!
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