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Qual é o segredo da Felicidade? Conheça as Conclusões do Estudo de Harvard

Nesta edição, exploramos um leque fascinante de tópicos. Primeiro, desvendamos o "Segredo da Felicidade" com um olhar profundo e científico no Estudo de Desenvolvimento Adulto de Harvard, uma pesquisa pioneira que nos dá pistas valiosas sobre o bem-estar e a satisfação ao longo da vida. Em seguida, aquecemos os motores com a notícia vibrante de que a indústria da longevidade está mais aquecida do que nunca, prometendo avanços revolucionários na extensão da vida humana. E, por fim, discutímos a incrível jornada da Terapia Genética CRISPR, uma ferramenta revolucionária que está redefinindo os limites da medicina e abrindo novos horizontes para a cura de doenças genéticas. Preparem-se para uma leitura repleta de insights e inovações que estão moldando o futuro da saúde :)

Nesta edição:

  1. 📜Segredo da Felicidade: Conheça o Estudo de Desenvolvimento Adulto de Harvard (WIGO Original)

  2. 🛢️Mais uma prova de que a indústria de longevidade está super aquecida!

  3. 🧬Da Descoberta à Cura: A Jornada da Terapia Genética CRISPR-Cas9 (e como isso está revolucionando a saúde global)

Segredo da Felicidade: Conheça o Estudo de Desenvolvimento Adulto de Harvard (WIGO Original)

Você já ouviu falar do maior estudo sobre o desenvolvimento humano já realizado? Pois é, iniciado em 1938, o Estudo de Desenvolvimento Adulto de Harvard se destaca não só pela sua duração, mas também pela profundidade de suas descobertas sobre a vida. Abrangendo inicialmente 268 estudantes de Harvard e 456 homens da cidade de Boston (Fun Fact: O presidente John F. Kennedy era um dos estudados), o estudo, agora com 85 anos, acompanhou mais de 2.000 pessoas ao longo de três gerações, agregando familiares e filhos destas pessoas, e agora oferecendo descobertas valiosas sobre os fatores que influenciam o sucesso e a saúde ao longo da vida.

O estudo começou com dois grupos distintos em Boston: estudantes do segundo ano da Harvard College e jovens de famílias desfavorecidas. A pesquisa revelou que a chave para uma vida mais longa e feliz reside nas relações humanas. Surpreendentemente, foi descoberto que aqueles com laços sociais fortes tinham 50% menos chances de morrer prematuramente em comparação com aqueles com conexões mais fracas. Além disso, foi observado que a satisfação nos relacionamentos aos 50 anos era um indicador mais forte de saúde na velhice do que fatores tradicionais como níveis de colesterol ou glicemia.

Os efeitos do estresse sobre a saúde também foram significativos. Participantes com altos níveis de estresse crônico apresentavam um risco 37% maior de mortalidade em relação à população em geral. Experiências adversas na infância estavam associadas a um envelhecimento cerebral mais acelerado, com maior risco de Alzheimer, destacando assim a importância de um início de vida saudável.

A influência de uma atitude positiva foi igualmente marcante. Aqueles que mantinham uma perspectiva otimista e otimista da vida demonstravam uma maior probabilidade de alcançar sucesso em suas carreiras e viver mais tempo. Por exemplo, foi notado que indivíduos otimistas tinham 30% mais chances de superar desafios em suas jornadas profissionais e pessoais em relação aos demais.

Além desses aspectos, o estudo abordou a diferença entre a felicidade derivada de realizações materiais e relacionamentos significativos. Curiosamente, altos cargos profissionais e riqueza não eram garantia de felicidade e estes grupos apresentam riscos semelhantes para depressão e ansiedade. Isso sugere que a busca por significado e satisfação pessoal pode ser mais importante para o bem-estar do que o sucesso material.

O estudo também destacou a correlação entre educação, conscientização sobre saúde e longevidade. Foi observado que o grupo de Harvard, em média, viveu dez anos a mais do que seus colegas da cidade interna, sugerindo que acesso a saúde e educação podem desempenhar um papel crítico na adoção de práticas de saúde e na consequente extensão da expectativa de vida.

Este estudo fornece uma visão abrangente sobre os fatores que contribuem para uma vida feliz e saudável. As descobertas ressaltam que o sucesso e a saúde são influenciados por uma ampla gama de fatores, muitos dos quais estão profundamente enraizados em nossas experiências de vida e escolhas no dia-a-dia. Este estudo deve atuar como um lembrete de que o caminho para uma vida plena e realizada é multifacetado e profundamente interconectado com nossa saúde emocional, social e psicológica.

WIGO Takeaway: No estudo de desenvolvimento humano de Harvard, encontramos uma afirmação valiosa de algo que diversos outros estudos já indicavam: a importância crucial das relações sociais e interpessoais para a longevidade e a saúde, especialmente na nossa 'health span'. Este aspecto é enfatizado não apenas em Harvard, mas também observamos sua relevância em diversas culturas e contextos.

Outro ponto que o estudo destaca, e que considero fundamental, é a questão da saúde mental. A pandemia de Covid-19 trouxe à tona a realidade do impacto negativo do isolamento social em nossa saúde mental, exacerbando condições como estresse crônico e contribuindo para o aumento dos níveis de doenças como o Alzheimer e outras demências.

Uma preocupação, que vou compartilhar para reflexão, reside na forma como a tecnologia e as redes sociais estão moldando nossos padrões de interação. Há uma tendência, principalmente entre os mais jovens, de preferir interações não presenciais. Sabemos que a qualidade dos relacionamentos importa, e as interações virtuais não substituem o efeito biológico, a profundidade e o impacto de uma relação pessoal, olho no olho.

Portanto, é crucial ponderar sobre como vamos lidar com esse isolamento social crescente impulsionado pela tecnologia. Como evoluirá nossa sociedade quando os relacionamentos interpessoais estão em declínio e tendem a continuar assim? Essa é uma discussão que devemos levar adiante, pensando não só na tecnologia e na saúde, mas também no tecido social que sustenta nosso bem-estar coletivo.

Mais uma prova de que a indústria de longevidade está super aquecida!

A Arábia Saudita, com sua vasta riqueza petrolífera, busca um novo objetivo ambicioso: prolongar a expectativa de vida humana. Ao longo dos últimos anos, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman alocou mais de um bilhão de dólares por ano para a Fundação Hevolution, destinada a desenvolver tratamentos para o envelhecimento. Isso poderia revolucionar o financiamento global para pesquisas sobre longevidade, atualmente dominado pelo Instituto Nacional de Envelhecimento dos EUA.

A notícia da injeção maciça de financiamento nessa área, que historicamente recebe menos atenção do que doenças como o câncer, está gerando empolgação entre os cientistas. A Hevolution, planeja distribuir grande parte do financiamento para universidades e startups nos EUA, onde os cientistas trabalham em tratamentos que retardam ou revertem o processo de envelhecimento.

Embora algumas instituições tenham hesitado em aceitar financiamento da Arábia Saudita devido a preocupações políticas e de direitos humanos, a American Federation for Aging Research (AFAR) e outros estão vendo a importância de financiar essa pesquisa. O CEO da Hevolution, Dr. Mehmood Khan, pretende expandir globalmente a pesquisa sobre longevidade e explorar várias oportunidades.

Mais recentemente, a fundação anunciou um novo projeto, chamado de Aliança de Inovação Breakthrough. Ele fornecerá até US$1 milhão para cada um dos 10 projetos de pesquisa diferentes ao longo dos próximos três anos, permitindo que cientistas e empreendedores conduzam pesquisas pré-clínicas para determinar se as ideias têm algum potencial. Os projetos serão avaliados por um comitê composto por representantes da Hevolution, Novo Nordisk, 5AM Ventures, RA Capital e da empresa farmacêutica EvoTec. Os melhores projetos se tornarão a base de novas startups, com co-financiamento da Hevolution.

WIGO Takeaway: O investimento substancial da Arábia Saudita na pesquisa de longevidade através da Fundação Hevolution promete revolucionar a área da saúde, com impactos profundos no tratamento de doenças relacionadas à idade, como Alzheimer e Parkinson. Este financiamento fomenta a inovação global, impulsionando o desenvolvimento de tecnologias biomédicas avançadas e promovendo uma colaboração internacional mais ampla em pesquisa e desenvolvimento. Além de seus efeitos na saúde, esse avanço na longevidade traz implicações econômicas e sociais significativas, potencialmente reduzindo os custos de saúde relacionados ao envelhecimento e permitindo que as pessoas contribuam ativamente na sociedade por mais tempo. A iniciativa também pode redefinir a percepção do envelhecimento, transformando-o em uma etapa de vida enriquecedora e cheia de possibilidades.

No entanto, esse crescimento na indústria de longevidade levanta questões éticas e regulatórias importantes, desafiando a garantir a acessibilidade desses avanços a toda a população e a necessidade de regulamentar novas tecnologias para assegurar sua segurança e eficácia. O aumento na expectativa de vida impactará a força de trabalho e o planejamento de vida, exigindo uma reavaliação das carreiras e da aposentadoria, e potencialmente estimulando as pessoas a adquirir novas habilidades em idades mais avançadas. Assim, enquanto os benefícios potenciais para a saúde e o bem-estar humano são imensos, eles também abrem espaço para debates mais amplos sobre ética, acessibilidade e o futuro da sociedade em um mundo onde viver mais se torna cada vez mais uma realidade tangível.

 

Da Descoberta à Cura: A Jornada da Terapia Genética CRISPR-Cas9 (e como isso está revolucionando a saúde global)

O Reino Unido, e mais recentemente os EUA, deu luz verde para a terapia de edição de genes CRISPR-Cas9, um marco incrível na busca pela cura da doença falciforme e da β-talassemia transfusional dependente. Batizada de Casgevy (exagamglogene autotemcel), essa terapia revolucionária é uma colaboração entre a Vertex Pharmaceuticals e a CRISPR Therapeutics, localizada em Zug, Suíça. Incrivelmente, essa aprovação ocorre apenas 11 anos após Jennifer Doudna e Emmanuelle Charpentier inventarem a tecnologia CRISPR. Essa notícia representa um grande feito científico para a Vertex e a CRISPR, marcando um momento histórico para a indústria biotecnológica.

A aprovação do Reino Unido abre caminho para que a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos também aprove o tratamento, com datas esperadas em 8 de dezembro para a doença falciforme e 30 de março de 2024 para a β-talassemia. No entanto, vale ressaltar que, inicialmente, apenas um número muito pequeno de pacientes poderá se beneficiar dessa terapia complexa e dispendiosa. A infraestrutura de saúde necessária para administrar essa terapia autóloga é limitada, e alguns pacientes podem optar por aguardar, dada a falta de experiência da comunidade com esse tipo de tratamento.

A decisão do Reino Unido de endossar o Casgevy no tratamento da doença falciforme se baseou na capacidade impressionante do tratamento de eliminar as crises vasoclusivas graves, que são ataques inflamatórios dolorosos que frequentemente requerem hospitalização. Resta saber se a terapia também reduzirá os riscos de acidente vascular cerebral e danos nos órgãos a longo prazo, além de aumentar a expectativa de vida. Além disso, o perfil de segurança a longo prazo ainda é desconhecido neste momento.

Em relação à doença falciforme, o Casgevy não corrige a mutação, mas sim compensa a perda de hemoglobina adulta, induzindo a produção de hemoglobina fetal, que é o principal transportador de oxigênio no feto. Casgevy age desativando a expressão de BCL11A, um potenciador específico de eritrócitos que reprime a transcrição do gene que codifica a γ-globina. Com isso, a expressão de hemoglobina fetal aumenta, mas os níveis ainda podem variar consideravelmente nas hemácias.

Embora essa terapia prometa revolucionar o tratamento dessas doenças, é importante lembrar que o acesso a essas opções inovadoras ainda será limitado, e outras terapias, como transplante de células-tronco hematopoiéticas e uso de hidroxiureia, continuam sendo importantes alternativas. A busca pela cura dessas doenças é um processo contínuo, e a esperança é que, no futuro, tenhamos ainda mais opções terapêuticas disponíveis para melhorar a vida dos pacientes.

WIGO Takeaway: A recente aprovação da terapia de edição de genes CRISPR-Cas9, Casgevy, no Reino Unido e nos EUA, representa um avanço significativo na medicina, potencializando a cura de doenças como a falciforme e a β-talassemia. Este marco, ocorrendo apenas uma década após a invenção da tecnologia CRISPR, sinaliza uma nova era na medicina personalizada, onde tratamentos sob medida podem ser desenvolvidos para condições raras e prevalentes. No entanto, a complexidade e os altos custos da terapia (o preço estimado nos EUA é de $2,2 milhões de dólares), juntamente com a infraestrutura hospitalar e a expertise de capital humano necessária, atualmente limitam seu alcance a um grupo pequeno de pacientes.

A longo prazo, a integração de pesquisas em Poligenic Risk Scores (PRS) com terapias de edição genética como o Casgevy pode desvendar o potencial para tratamentos de doenças com prevalência mais ampla. Entender o papel específico de cada gene em várias doenças é crucial para o desenvolvimento de intervenções genéticas eficazes. Embora o Casgevy represente um avanço monumental, seu impacto total ainda é incerto, especialmente em termos de custo, segurança a longo prazo e eficácia na redução de complicações crônicas e melhoria da expectativa de vida.

Esta abordagem revolucionária tem o potencial de alterar o panorama do tratamento de doenças genéticas, mas também destaca a necessidade de maior acessibilidade e avanços contínuos na pesquisa genética. A esperança é que, no futuro, a edição genética possa se tornar uma opção terapêutica mais acessível e abrangente, melhorando significativamente a qualidade de vida dos pacientes.

Se você tiver alguma sugestão ou informação que acha que pode ser publicada, envie um e-mail para [email protected] 

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